A incompetência de ser precoce

Da primeira palavra balbuciada.

Do engatinhar.

O seu, ainda não?

O primeiro dente a cair.

Começou a ler!

Não? Cognição.

E o serzinho vai seguindo com voracidade os atropelos sociais de ser precoce:

No primeiro beijo. Na primeira transa.

Amor...

Rapidamente, amor de novo.

E, você?

Eu, não.

Minha incapacidade de ser precoce.

Maldita confusão!

Já sabe o que quer ser?

Como não?

Então.

Do ser precoce, só carrego a angústia que é ser breve na vida, ainda

Ainda assim, a vontade do ser tornar-se precoce, distorce.

A idade.

Já não se tem mais idade.

Brevidade.

Mediocridade.

O invólucro que te reveste

Também anuncia teu legado.

Entre o ser precoce e não-precoce

Tão diferentes pela vida,

Sublimam-se em dor.

Nesse encontro tão funesto

Regozijam-se acalentados,

Pelas dissonâncias do que se foi, pelo não ter sido.