O DIA SEGUINTE
- Daniela Tenorio
- 31 de dez. de 2018
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Gosto do ano novo, do último dia do ano. Não sou o tipo de pessoa demasiadamente otimista, juro-lhe não é esse o meu caso.
Não faço promessas pensando o quão melhor será minha vida amanhã. Amanhã será o hoje. Fatídico e exausto dia seguinte.
Na verdade, o que me agrada, é saber que existem ciclos.
Sim, ciclos. E a virada do ano me rememora a ciclos.
Se estou feliz, na brevidade me tornarei triste.
Se estou desiludida, no mais, volto a me iludir.
Se estou animada, vem sorrateiramente aquela mágoa a me cutucar.
Se estou esperançosa, ligeiramente lembro o que está por vir.
Houve um tempo em que prometia:
Tantos desejos,
Sonhos inconcretos,
Incertos,
Decepcionava-me a cada fim de ano ao pensar no não-feito.
Agora, pensando em ciclo, meus sentimentos transitam livremente dentro de mim. Livres e prontos para agir a cada fim e a cada início.
Eles nem ligam para que dia é.
Simplesmente chegam. E se abrigam em mim, anfitriã.
E fazem festa e se despedem.
E nesse pós- festa, quanta bagunça que eles deixam!
Eu, vagarosamente volto a organizar.
Pois sei que, em breve, sempre algum há de me visitar, sem festa.
Komen